Data Lake o quê? Conheça a startup brasileira que já é referência na Europa
O dicionário do "informatiquês" não para de crescer. Estamos entrando na era dos Data Lakes, ou lagos de dados, já ouviu falar disto? A definição técnica deste conceito seria um sistema ou repositório de dados armazenados em formato natural e direto das fontes originais, incluindo dados estruturados de bancos de dados relacionais (como aqueles divididos em linhas e colunas), dados semiestruturados (como arquivos CSV e JSON), dados não estruturados (e-mails, documentos, PDFs) e até dados binários, como imagens, arquivos de áudio e vídeos.
Se comparado a um banco de dados normal, a vantagem do Data Lake é exatamente a possibilidade de colocar ali qualquer tipo de dado, em qualquer formato ou estrutura, que pode ser facilmente visualizado e, principalmente, analisado em conjunto. Isso significa levar a inteligência empresarial a outro nível. No caso das cidades, pela primeira vez podemos falar de uma real inteligência urbana, com a possibilidade de cruzamento de dados em tempo real sobre serviços públicos, transportes, sensores e todo e qualquer tipo de dado gerado na cidade. Fantástico, não?
Eu prefiro, entretanto, fazer a analogia deste sistema com um aquário, ao invés de um lago. O aquário é a reprodução de um ecossistema, mas com o grande benefício da total visualização e manipulação dele. Assim é o Data Lake. Os dados estão ali todos reunidos, independentemente de onde vieram, com um fácil acesso e incrível possibilidade de visualização. Mais fácil de entender, não?
E para vocês que duvidam do potencial tupiniquim nessa área, não é que encontrei uma startup 100% "made in Brazil" responsável por um dos projetos para cidades inteligentes, baseado em Data Lake, mais importantes da Europa? Conheci o Marcos Marconi, CEO da Startup VM9 do Rio de Janeiro, durante o badalado evento ICT 2018, em Viena, na semana passada. Ele me levou até o vibrante distrito de Simmering, onde pude ver a aplicabilidade do Data Lake na prática, em uma plataforma de cidades inteligentes. Também visitamos um projeto de MaaS (mobilidade como serviço), uma tendência mundial que discutimos bastante em um dos meus textos anteriores.
A empresa desenvolveu a plataforma chamada Smart Data Wien, onde é possível acessar todos os dados da cidade, das câmeras ao transporte público, das bicicletas de aluguel aos dados de consumo energético dos prédios da cidade. Durante o ICT 2018, os dados da plataforma brasileira foram usados no Hackaton em prol da criação de um aplicativo em 48h para os cidadãos. O concurso foi promovido pela Fiware, uma plataforma criada pela União Européia para o desenvolvimento e a implementação de aplicações globais para a internet.
Confira o vídeo especial em realidade virtual que preparei especialmente para você entrar nesse novo mundo e entender melhor o conceito de Data Lake e como ele pode ser utilizado para criar cidades mais inteligentes. A princípio, você não precisa ter óculos de realidade virtual (RV) para assisti-los, basta dar play e girar seu celular durante a execução para ver todos os ângulos, como se estivesse lá comigo. Mas, para ter uma verdadeira experiência imersiva, eu aconselho usar os óculos de RV e um fone de ouvido. Atualmente, já é possível comprar versões bem econômicas desses óculos on-line, por cerca de 30 reais. Atente também para a resolução do vídeo na reprodução no Youtube. Se a sua conexão de internet não for muito boa, ele iniciará em baixa qualidade. O vídeo está disponível em qualidade de até 8K e você pode escolher na área de configuração. Quanto mais alta a resolução, mais imersiva será a sua experiência.
Espero que goste deste passeio por Viena e e não esqueça de deixar seus comentários e sugestões abaixo. Nos vemos na próxima semana.
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